Destacamento cerâmico

Destacamento cerâmico

O destacamento é uma falha construtiva que geralmente ocorre quando o profissional que está assentando o revestimento abre o pano de argamassa muito grande, maior que um metro, e demora para fazer a aplicação do revestimento. Então a placa cerâmica perde a aderência ao substrato por atingir tensões maiores que do emboço, essa tensão é provocada com a acomodação do edifício como um todo e ações do vento durante sua vida útil, a mudança de temperatura, e falta de rejunte que favorece a entrada de água ajudam a agravar o problema.
 Outras causas pode ser por:
  1. a) falhas de fabricação das placas;
  2. b) falha no substrato em que a placa é assentada;
  3. c) falhas nas argamassas de assentamento;
  4. d) falha de especificação no projeto;
  5. e) falhas nos rejuntamentos;
  6. f) ações externas ao sistema de revestimento.
  7.  
 
  • SUBSTRATO
A boa qualidade da superfície do substrato onde vai ser aplicada a cerâmica é fundamental para garantir sua adesividade. A mesma deve ser isenta de poeira, possuir planicidade e boa resistência superficial.
Se a argamassa colante for aplicada sobre concreto, deve-se limpar possíveis desmoldantes que ficaram aderidos ao concreto.
Além disso, a superfície não pode ter alta porosidade, pois permite rápida absorção de água da argamassa. Nesse caso deve-se realizar umidificação prévia.
  • TEMPO EM ABERTO
Segundo a norma NBR14081 (Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas Parte 3) a definição do “tempo em aberto” é definido como: “maior intervalo de tempo no qual uma placa cerâmica pode ser assentada sobre a pasta de argamassa colante”.
Esse tempo é medido desde o término da preparação da argamassa, após o tempo de maturação definido pelo fabricante, até a formação de uma superfície sem pegajosidade. Esse tempo em aberto das argamassas colantes é muito importante e em hipótese alguma, o revestimento cerâmico pode ser assentado após esse tempo exceder.
O tempo em aberto normativo é definido em condições ideais de laboratório e na prática, o tempo em que a argamassa mantém sua capacidade de propiciar aderência pode ser reduzido drasticamente, em função das condições de temperatura ambiente, insolação direta e velocidade do vento incidentes nas placas. Em média, uma argamassa que possui tempo em aberto de 20 minutos, especificado pelo fabricante, considera-se 5 minutos na prática em condições críticas.
Por este motivo, é aconselhável a preparação de pequenas quantidades de argamassa colante. A aplicação simultânea em grandes áreas pode resultar no estouro do “tempo em aberto”, criando o fenômeno do “peeling”, ou seja, formação de uma película superficial sem capacidade de aderência.
Percebe-se isso na prática quando a argamassa não “suja” os dedos do operador quando tocada.
Além disso, existe outra maneira de observar se o tempo em aberto foi excedido, o qual consiste em arrancar a cerâmica com a argamassa fresca, observando se o verso da mesma sai “limpa” ou se a argamassa ainda está aderida. Se o verso sair “limpo”, o tempo em aberto foi ultrapassado.
 
 PRESSÃO, DESLISAMENTO e ALINHAMENTO DAS JUNTAS
Com intuito de garantir um bom assentamento, é necessário aplicar pressão adequada sobre a cerâmica e realizar um leve deslizamento no sentido perpendicular aos cordões da argamassa. Essa operação é essencial para facilitar o espalhamento e a aderência dos filetes de argamassa sobre o revestimento.
Ademais, para viabilizar a correta trabalhabilidade de possíveis dilatações das peças, é necessário respeitar o alinhamento e espessuras das juntas.
  • ENGOBE
Engobe é uma substância, geralmente branca, encontrada no verso das placas cerâmicas, geralmente pulverulentas, que causa uma barreira entre a placa cerâmica e a argamassa colante, impedindo a aderência.
Para impedir a formação desta barreira, recomenda-se que o verso das placas cerâmicas seja limpo previamente à aplicação, removendo o engobe existente.
  • DUPLA COLAGEM DA CERÂMICA
O método de aplicação de argamassa colante na base e na peça é conhecido como dupla colagem. Essa técnica de aplicação é atípica e muitas vezes não é utilizada visando economia e maior velocidade de assentamento, entretanto, é necessária para mitigar os problemas patológicos.
Segundo pesquisa da SindusCon–SP (2016), realizada com construtoras, dentre todos os problemas patológicos cerâmicos detectados, 72,7% dos casos não tinham dupla colagem.
 
 
 
 
 
 
 
 
  • EPU (Expansão por umidade)
EPU é o aumento das dimensões da placa cerâmica ao longo do tempo (expressa em mm/m), causada pela reidratação da placa. A EPU começa a se manifestar quando ocorre a absorção de água seja no estado líquido ou em forma de umidade natural do ambiente.
Dentro de certos limites, o comportamento da placa é caracterizado como natural. Porém, quanto maior o valor limite da EPU estabelecido em norma, maior a probabilidade de descolamento.
O problema é potencializado próximo a época de assentamento, devido a argamassa fresca tender a retrair-se durante a secagem e a placa expandir com a absorção d’água, gerando tensões acima do normal.
Segundo a norma NBR 13818, o limite de EPU da placa é de 0,06%, ou seja, 0,6 mm/m. Para fachadas recomenda-se que esse valor seja a metade (0,3 mm/m).
A especificação de cerâmica de melhor qualidade para as fachadas não pode ser negligenciada, pois as de menor preço geralmente são fabricadas com menor temperatura de queima, resultando em cerâmica com falhas na vitrificação, ou ainda, sem vitrificação, com alto coeficiente de absorção de água.
 
  • ARGAMASSA COLANTE
Argamassa colante é o material aplicado em estado fresco, que tem a função de realizar a ligação (ancoragem) entre a interface do substrato e a placa cerâmica. Segundo a norma NBR14081, temos 3 tipos de argamassa:
– Argamassa colante industrializada tipo I – AC1: Argamassa colante industrializada com características de resistência às solicitações mecânicas e termo-higrométricas típicas de revestimentos internos, com exceção daqueles aplicados em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais.
– Argamassa colante industrializada tipo II – AC2: Argamassa colante industrializada com características de adesividade que permitem absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e paredes internos e externos sujeitos a ciclos de variação higro-térmica e à ação do vento.
– Argamassa colante industrializada tipo III – AC3: Argamassa colante industrializada que apresenta aderência superior em relação às argamassas dos tipos I e II.
Na pesquisa encomendada pelo SindusCon–SP (2016), dentre os desplacamentos relatados, 47,9% eram com argamassa AC1, 50,7% com AC2 e os 2,1% restantes com AC3.
Apesar do preço superior às demais, algumas construtoras utilizam argamassa AC3 em todos assentamentos, independente do local, mitigando patologias futuras.
  • PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA PLACA – VIA SECA OU VIA ÚMIDA
O processo de fabricação da placa cerâmica é muito importante. De maneira geral, existem 02 processos de fabricação, sendo por via seca ou por via úmida.
No processo de fabricação por via úmida, utiliza-se um conjunto de matérias-primas para atingir as propriedades da peça, enquanto por via seca utilizam-se um ou dois tipos de argila. Outra diferença é na moagem da matéria-prima, na via úmida utiliza-se água e um sistema de secagem que transforma os grânulos em forma esférica. Já na via seca a mistura é feita com moinhos de martelo e sem água, por isso não precisam ser secos.
Na pesquisa feita pelo SindusCon-SP (2016), foi constatado que 95,2% das placas cerâmicas utilizadas nas obras que apresentaram descolamento, foram produzidas por via seca. Porém, não há uma comprovação técnica que uma é melhor do que a outra. Esse continua sendo um tema de muitos debates.
  • OUTRAS FALHAS
– Especificações de projeto: Problemas como ausência de especificação de juntas de assentamento, movimentação e dessolidarização. Segundo a NBR13755, para paredes externas e fachadas, devem existir juntas horizontais de movimentação a cada 3,0 metros ou a cada pavimento e verticais a cada 6,0 metros.
– Substrato: Mistura (traço) inadequada, desobedecer ao prazo de cura, acabamento com superfície lisa ou impermeável propiciando pouca aderência.
– Rejuntamento: Feitos com argamassas muito rígidas que podem anular o efeito das eventuais juntas planejadas.
– Ações externas ao sistema de revestimento: Recalques de fundações, deformações da estrutura da construção, retração ou choques térmicos.
 

Destacamento cerâmico

Destacamento cerâmico

O destacamento é uma falha construtiva que geralmente ocorre quando o profissional que está assentando o revestimento abre o pano de argamassa muito grande, maior que um metro, e demora para fazer a aplicação do revestimento. Então a placa cerâmica perde a aderência ao substrato por atingir tensões maiores que do emboço, essa tensão é provocada com a acomodação do edifício como um todo e ações do vento durante sua vida útil, a mudança de temperatura, e falta de rejunte que favorece a entrada de água ajudam a agravar o problema.
 Outras causas pode ser por:
  1. a) falhas de fabricação das placas;
  2. b) falha no substrato em que a placa é assentada;
  3. c) falhas nas argamassas de assentamento;
  4. d) falha de especificação no projeto;
  5. e) falhas nos rejuntamentos;
  6. f) ações externas ao sistema de revestimento.
  7.  
 
  • SUBSTRATO
A boa qualidade da superfície do substrato onde vai ser aplicada a cerâmica é fundamental para garantir sua adesividade. A mesma deve ser isenta de poeira, possuir planicidade e boa resistência superficial.
Se a argamassa colante for aplicada sobre concreto, deve-se limpar possíveis desmoldantes que ficaram aderidos ao concreto.
Além disso, a superfície não pode ter alta porosidade, pois permite rápida absorção de água da argamassa. Nesse caso deve-se realizar umidificação prévia.
  • TEMPO EM ABERTO
Segundo a norma NBR14081 (Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas Parte 3) a definição do “tempo em aberto” é definido como: “maior intervalo de tempo no qual uma placa cerâmica pode ser assentada sobre a pasta de argamassa colante”.
Esse tempo é medido desde o término da preparação da argamassa, após o tempo de maturação definido pelo fabricante, até a formação de uma superfície sem pegajosidade. Esse tempo em aberto das argamassas colantes é muito importante e em hipótese alguma, o revestimento cerâmico pode ser assentado após esse tempo exceder.
O tempo em aberto normativo é definido em condições ideais de laboratório e na prática, o tempo em que a argamassa mantém sua capacidade de propiciar aderência pode ser reduzido drasticamente, em função das condições de temperatura ambiente, insolação direta e velocidade do vento incidentes nas placas. Em média, uma argamassa que possui tempo em aberto de 20 minutos, especificado pelo fabricante, considera-se 5 minutos na prática em condições críticas.
Por este motivo, é aconselhável a preparação de pequenas quantidades de argamassa colante. A aplicação simultânea em grandes áreas pode resultar no estouro do “tempo em aberto”, criando o fenômeno do “peeling”, ou seja, formação de uma película superficial sem capacidade de aderência.
Percebe-se isso na prática quando a argamassa não “suja” os dedos do operador quando tocada.
Além disso, existe outra maneira de observar se o tempo em aberto foi excedido, o qual consiste em arrancar a cerâmica com a argamassa fresca, observando se o verso da mesma sai “limpa” ou se a argamassa ainda está aderida. Se o verso sair “limpo”, o tempo em aberto foi ultrapassado.
 
 PRESSÃO, DESLISAMENTO e ALINHAMENTO DAS JUNTAS
Com intuito de garantir um bom assentamento, é necessário aplicar pressão adequada sobre a cerâmica e realizar um leve deslizamento no sentido perpendicular aos cordões da argamassa. Essa operação é essencial para facilitar o espalhamento e a aderência dos filetes de argamassa sobre o revestimento.
Ademais, para viabilizar a correta trabalhabilidade de possíveis dilatações das peças, é necessário respeitar o alinhamento e espessuras das juntas.
  • ENGOBE
Engobe é uma substância, geralmente branca, encontrada no verso das placas cerâmicas, geralmente pulverulentas, que causa uma barreira entre a placa cerâmica e a argamassa colante, impedindo a aderência.
Para impedir a formação desta barreira, recomenda-se que o verso das placas cerâmicas seja limpo previamente à aplicação, removendo o engobe existente.
  • DUPLA COLAGEM DA CERÂMICA
O método de aplicação de argamassa colante na base e na peça é conhecido como dupla colagem. Essa técnica de aplicação é atípica e muitas vezes não é utilizada visando economia e maior velocidade de assentamento, entretanto, é necessária para mitigar os problemas patológicos.
Segundo pesquisa da SindusCon–SP (2016), realizada com construtoras, dentre todos os problemas patológicos cerâmicos detectados, 72,7% dos casos não tinham dupla colagem.
 
 
 
 
 
 
 
 
  • EPU (Expansão por umidade)
EPU é o aumento das dimensões da placa cerâmica ao longo do tempo (expressa em mm/m), causada pela reidratação da placa. A EPU começa a se manifestar quando ocorre a absorção de água seja no estado líquido ou em forma de umidade natural do ambiente.
Dentro de certos limites, o comportamento da placa é caracterizado como natural. Porém, quanto maior o valor limite da EPU estabelecido em norma, maior a probabilidade de descolamento.
O problema é potencializado próximo a época de assentamento, devido a argamassa fresca tender a retrair-se durante a secagem e a placa expandir com a absorção d’água, gerando tensões acima do normal.
Segundo a norma NBR 13818, o limite de EPU da placa é de 0,06%, ou seja, 0,6 mm/m. Para fachadas recomenda-se que esse valor seja a metade (0,3 mm/m).
A especificação de cerâmica de melhor qualidade para as fachadas não pode ser negligenciada, pois as de menor preço geralmente são fabricadas com menor temperatura de queima, resultando em cerâmica com falhas na vitrificação, ou ainda, sem vitrificação, com alto coeficiente de absorção de água.
 
  • ARGAMASSA COLANTE
Argamassa colante é o material aplicado em estado fresco, que tem a função de realizar a ligação (ancoragem) entre a interface do substrato e a placa cerâmica. Segundo a norma NBR14081, temos 3 tipos de argamassa:
– Argamassa colante industrializada tipo I – AC1: Argamassa colante industrializada com características de resistência às solicitações mecânicas e termo-higrométricas típicas de revestimentos internos, com exceção daqueles aplicados em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais.
– Argamassa colante industrializada tipo II – AC2: Argamassa colante industrializada com características de adesividade que permitem absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e paredes internos e externos sujeitos a ciclos de variação higro-térmica e à ação do vento.
– Argamassa colante industrializada tipo III – AC3: Argamassa colante industrializada que apresenta aderência superior em relação às argamassas dos tipos I e II.
Na pesquisa encomendada pelo SindusCon–SP (2016), dentre os desplacamentos relatados, 47,9% eram com argamassa AC1, 50,7% com AC2 e os 2,1% restantes com AC3.
Apesar do preço superior às demais, algumas construtoras utilizam argamassa AC3 em todos assentamentos, independente do local, mitigando patologias futuras.
  • PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA PLACA – VIA SECA OU VIA ÚMIDA
O processo de fabricação da placa cerâmica é muito importante. De maneira geral, existem 02 processos de fabricação, sendo por via seca ou por via úmida.
No processo de fabricação por via úmida, utiliza-se um conjunto de matérias-primas para atingir as propriedades da peça, enquanto por via seca utilizam-se um ou dois tipos de argila. Outra diferença é na moagem da matéria-prima, na via úmida utiliza-se água e um sistema de secagem que transforma os grânulos em forma esférica. Já na via seca a mistura é feita com moinhos de martelo e sem água, por isso não precisam ser secos.
Na pesquisa feita pelo SindusCon-SP (2016), foi constatado que 95,2% das placas cerâmicas utilizadas nas obras que apresentaram descolamento, foram produzidas por via seca. Porém, não há uma comprovação técnica que uma é melhor do que a outra. Esse continua sendo um tema de muitos debates.
  • OUTRAS FALHAS
– Especificações de projeto: Problemas como ausência de especificação de juntas de assentamento, movimentação e dessolidarização. Segundo a NBR13755, para paredes externas e fachadas, devem existir juntas horizontais de movimentação a cada 3,0 metros ou a cada pavimento e verticais a cada 6,0 metros.
– Substrato: Mistura (traço) inadequada, desobedecer ao prazo de cura, acabamento com superfície lisa ou impermeável propiciando pouca aderência.
– Rejuntamento: Feitos com argamassas muito rígidas que podem anular o efeito das eventuais juntas planejadas.
– Ações externas ao sistema de revestimento: Recalques de fundações, deformações da estrutura da construção, retração ou choques térmicos.